quinta-feira, 15 de abril de 2010

Menino heroi

Menino Herói

Lembro perfeitamente o dia e a hora, eram precisamente as 15:41hs do dia 22/05/2009, em que um fato muito interessante acontecia na rua Mariano Chagas no Bairro da Matriz, durante algum tempo não vinha em Pinheiro, já tinha esquecido como na minha terra tem fatos que mais parecem história da carochinha. Bom, nesse dia estava no quarto do meu irmão lendo um livro de Valeria P. Polize, e escuto algumas pessoas gritarem: lá vem ele, ele vai cair, e me assusto com minha mãe dizendo: Meu Deus ele quebrou o braço, na verdade toda essa confusão era uma menino de outra rua, que durante algumas vezes ia brincar na rua da minha casa em uma bicicleta montada, ou melhor desmontada, uma bicicleta que não tinha freio, assento, mal tinha como controlar, no lugar do pedal tinha dois paus pendurados, ele com uns quatro anos, descalço, barriga grande, short rasgado, na rua era montada uma platéia de crianças e adultos, crianças que os admiravam e adultos que se assustavam com tamanha coragem desse menino, descer a maior ladeira do Bairro da Matriz com um projeto de bicicleta. Um menino que lembra-me Virgulino Ferreira com sua coragem, em meio aquele espetáculo saio correndo pego minha agenda e em dois quarteto e três terceto relato melhor esse fato.







Menino traiçoeiro és tu,
Sai nessa bicicleta que no lugar do pedal tem paus pendurados,
Assento não existe, em cima de duas rodas sobre equilíbrio do pau,
Desce a ladeira.

Barriga grande, short rasgado, menino atrevido e todo arretado,
Uma platéia se monta na calçada do vizinho,
Lá vem o menino.
Para a surpresa da platéia o herói cai.

Olhar de surpresa voltada ao menino,
O braço parece que quebrou, chorou?
Que nada, um sorriso ele abriu.

Lá vem ele!
Sem freio, apenas escutando vozes, esse menino é bom,
Em cima de duas rodas do menor passa a ser maior.

Menino danado, menino do campo,
Diverte-se e diverte a gente,
Menino valente, menino inocente, menino que desce na rua da gente.

Mariano Chagas ele não é, mas aqui na rua só ele é o maior,
Menino! Menino! Menino!
Que traiçoeiro és tu.